Enquanto planejávamos a criação do PME Online e conversávamos com potenciais colaboradores de conteúdo para o canal, uma questão específica surgiu por algumas oportunidades: será que este empresário de micro, pequeno e médio porte quer realmente receber informações, recomendações ou conselhos?
Em quase todas as conversas foi possível ouvir relatos de donos de pequenos negócios que demonstravam muita dificuldade em receber conselhos ou opiniões de outros profissionais.
A verdade é que – seja por orgulho, desconfiança ou descrença – o empreendedor perde oportunidades incríveis ao deixar de ouvir pessoas e profissionais ao seu redor. Não está se afirmando que o empresário deve seguir todos conselhos ou orientações recebidas, mas pelo menos deve estar aberto ao novo, ao contraditório, para que possa fazer suas próprias reflexões e tomar a melhor decisão em sua avaliação pessoal.
Há ainda aqueles empreendedores que dizem ser autodidatas e por isso não buscam conhecimento no meio acadêmico, em livros ou consultorias. No entanto, toda pessoa que abre um negócio próprio possui alguma pré-disposição para o aprendizado autônomo. Então se você diz ser autodidata, acredite: você não é especial por isso! Ser autodidata talvez seja um requisito básico para empreender, mas aqueles que buscam conhecimento nas diferentes esferas de ensino acabam sobressaindo-se e atingindo o sucesso profissional que poucos alcançam.
Mesmo assim, sabe-se que um dos recursos mais escassos na vida de um empreendedor de pequenos porte é o tempo, então a pergunta que surge é: como escolher as melhores fontes de conhecimento? Pensando nisso, pontuamos alguns agentes relevantes de apoio para gestores de PME, redigindo observações na escolha de cada um destes.
Consultorias: quando se pensa em apoio ao empreendedor, a figura do consultor sempre é lembrada. Podem ser administradores, coachs, mentores, entre outros. O mais importante na busca destes profissionais é conhecer seus currículos e seu perfil de atuação. Algumas perguntas importantes devem ser feitas para encontrar um consultor que realmente possa ajudar no negócio: Qual área estou precisando de ajuda (produção, finanças, tributos, comercial)? Este profissional tem quantos anos de experiência e qual a formação nessa área? Este profissional já teve um negócio próprio ou já foi gestor de uma PME? Ele tem experiência em micro e pequenas empresas?
Internet: para o bem ou para o mal, a internet é a principal fonte de conhecimento da maioria dos empreendedores de micro e pequenas empresas. Se por um lado nenhum outro canal de comunicação é tão rápido quanto a internet, por outro lado, é cada vez mais difícil encontrar fontes confiáveis para driblar as “fake news”! Seja para buscar conhecimentos ligados à administração do negócio, para verificar indicadores de mercado e da economia ou ler as notícias diárias, a principal recomendação é: descubra o autor e avalie seu currículo! Veja se o autor é uma pessoa real, se é um profissional da área de que está opinando, se tem experiência comprovada na área que está abordando, etc. Outra observação muito importante: se o tema for importante para o seu negócio, uma vez lido sobre um assunto na internet, busque as fontes formais deste conteúdo em livros ou artigos originais. Um dos piores riscos para o empreendedor é formar sua opinião ou tomar uma decisão de negócio baseado na opinião de outra pessoa que leu a fonte original do assunto específico. Exemplo: uma nova lei entrou em vigor, então busque ler a portaria original da lei nos sites governamentais, para depois ler o que outras pessoas estão falando sobre esta lei na internet.
Literatura: para introduzir-se em assuntos desconhecidos a melhor forma é procurar bibliografia especializada e nos tempos atuais é pouco provável que um empreendedor perdure muitos anos no mercado sem manter o hábito da leitura. Com as mudanças diárias dos mercados, da economia, da legislação, é impossível estar atualizado apenas lendo resumos de internet ou seguindo a opinião de terceiros. Buscar livros de profissionais e estudiosos que sejam referência no assunto que se está interessado é fundamental para desenvolver-se como gestor.
Clientes: existe uma célebre frase atribuída à Henry Ford, o início da produção industrial de veículo, que diz “se escutasse meus clientes, venderia cavalos mais rápidos!”. De fato o que o cliente quer nem sempre é o que o empreendedor pode entregar, mas receber relatos de clientes (mesmo que indiretamente, através de funcionários de atendimento, por exemplo) é uma fonte relevante de conhecimento de mercado e normalmente traz informações importantes para que possa se aprimorar a comunicação da empresa (através de ações de publicidade ou treinamento de equipes de venda). Estabelecer canais formais de relacionamento e definir profissionais responsáveis por esse comunicação com o cliente podem ser aspectos importantes para extrair conhecimento ao gestor.
Academia: a formação adquirida através de cursos e graduações é muito relevante para criação de alicerces do conhecimento, para entender origens e contextos. É fato que nenhum curso acadêmico vai ensinar todas as práticas de um negócio, mas pode ser um meio de gerar insights importantes para o empreendedor na gestão de sua empresa. Para os gestores de pequenos negócios há uma diversidade de cursos de curta duração que propiciam a aproximação com profissionais de maior experiência e que são recomendados para desenvolver soluções específicas na operação de cada negócio. Também é importante ser crítico ao conhecimento acadêmico, mas esse aspecto será tema de um artigo futuro.
Enfim, ao mesmo tempo que o empreendedor de pequenos negócios deve estar aberto para ler e ouvir outros fontes de conhecimento, o mesmo deve estar atento para confiabilidade destas fontes e pronto para fazer as devidas críticas.
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Autor
Michael Waller
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