Certa vez recebi um conselho de um professor no curso de Pós-MBA em Inteligência Empresarial, que, em uma conversa informal ao questioná-lo sobre prioridades para uma boa gestão financeira, respondeu:
“Dê atenção permanente aos custos! Custos são como unhas, devem ser cortados periodicamente!”
É verdade que alguns investimentos e custos são inevitáveis quando está se expandindo um negócio, na medida em que se queira qualificar o atendimento ao cliente ou melhorar as condições de trabalho de funcionários. Especialmente, no setor de serviços, as empresas novas têm um baixo custo de operação inicial e, conforme ampliam seu faturamento, os custos costumam dar um salto no momento em que o negócio passa pelo ponto de profissionalização.
Contudo, em todos os setores é possível observar que os custos das empresas crescem constantemente durante o ciclo de vida do negócio. Os exemplos são diversos: reajustes anuais de contratos com fornecedores, reajuste de encargos trabalhistas que incidem em salários, promoções e novas contratações de funcionários, reajustes de despesas em infraestrutura (água, luz, etc.), aumento do consumo de insumos internos (papel, tinta de impressora, produtos de higiene, entre outros) novas necessidades operacionais da empresa (como aquisição de novos softwares, como emissores de NF-e e SPED), entre outros.
Existem poucas certezas na gestão de um negócio, mas uma destas certezas é: seus custos vão continuar crescendo!
O que se deve introduzir na rotina da empresa são práticas de análise periódica dos custos, buscando sempre cortes. Alguns serão possíveis com a renegociação com os fornecedores, ou ainda buscando novos parceiros no mercado.
Outros custos deverão ser obtidos com a mobilização das pessoas ao seu redor, como a diminuição do consumo de insumos e a utilização consciente dos recursos naturais (água e luz). Ainda existem aqueles custos que poderão ser reduzidos com a melhoria na manutenção de recursos da casa ou da empresa, como a adequada revisão de veículos.
É natural que, ao ver a planilha de custos de seu negócio, algumas vezes, você pense: “não há mais custos para cortar”. Nesses casos, posso te afirmar: há sim, basta olhar com mais atenção, criatividade e buscar conhecimento.
Por fim, creio que na prática de redução de custos – especialmente quando esta necessidade estiver relacionada a um alto nível de endividamento – não se deve postergar algumas decisões e muitas vezes deve-se ter ciência que somente dando alguns passos para trás poderá se pensar em passos mais largos no futuro.