Com alguma frequência amigos e pessoas próximas me procuram para ouvir conselhos sobre abrir ou não um negócio próprio.
Talvez por ter empreendido no ano de 2002 na fundação de uma empresa de softwares – um negócio que desde sua criação até os dias atuais manteve-se em expansão – as pessoas esperam ouvir apenas respostas positivas sobre a vida empreendedora e algumas vezes sou obrigado a frustrar essa expectativa.
Ainda que tenha, após a iniciação profissional, atuado por um breve período como funcionário em uma empresa regional, logo com 20 anos de idade já estava me dedicando à abertura de uma empresa e, portanto, tenho minha vida profissional resumida em experiências empreendedoras.
Então por que aconselharia alguém a não empreender?
Certamente, os sacrifícios da sobrevivência e as dores do crescimento do negócio me fizeram desenvolver um senso crítico sobre essa decisão empreendedora e algumas vezes – durante essa trajetória – colocar dúvidas sobre esta decisão pessoal!
A decisão por empreender deve ser antecipada por algumas reflexões importantes, algumas de descoberta interna (cunho íntimo) e outras de observação externa. Primeiramente, acredito que seja fundamental que a pessoa reflita sobre o verdadeiro motivo de empreender. Em geral, observo que são quatro os principais motivadores para se abrir um negócio próprio: dinheiro, realização pessoal, liberdade e poder.
Certamente os empreendimentos de maior longevidade e sucesso partiram de pessoas que foram motivadas pelos quatro aspectos de forma equilibrada, mas em predominância pelas questões financeiras e de realização pessoal. Na reflexão dos motivos pessoais que levam à iniciativa empreendedora, observa-se que aquelas pessoas que estavam mais influenciadas por apenas um aspecto motivador específico tem menor chance de sucesso.
Refletidas as verdadeiras motivações que estão te levando a empreender, é necessário fazer uma séria autocrítica sobre os sacrifícios que se está disposto a encarar e quanto tempo está disposto a suportar.
Por fim, pode-se concluir que empreender pode ser um bom caminho profissional, mas não é para todos, devido as contingências e sacríficos inerentes desta jornada!